Vitória: Sete Goleiros em Quatro Anos – O Que Explica Tanta Mudança na Meta Rubro-Negra?

A meta do Esporte Clube Vitória tem sido um palco de constantes movimentações nos últimos anos, um contraste marcante à performance consistente do titular Lucas Arcanjo. Desde o início da gestão de Fábio Mota, em 2022, impressionantes sete arqueiros foram integrados ao elenco profissional do Leão da Barra. A mais recente adição a esta lista é Thiago Couto, cuja chegada está prevista para o segundo semestre de 2025, evidenciando uma busca contínua por solidez e alternativas na posição.

A Dinâmica Recente: Trocas e Expectativas

O ano de 2025, por exemplo, foi marcado por um investimento considerável na contratação de Gabriel. Com um aporte de um milhão de reais, o atleta, então vinculado ao Coritiba e com passagem destacada pelo Juventude, era visto como um potencial sucessor de Lucas Arcanjo , dada a iminente, porém não concretizada, negociação deste último com o Fluminense. Contudo, a permanência de Arcanjo no clube resultou em poucas oportunidades para Gabriel, que atuou em apenas cinco confrontos pelo Rubro-Negro, com sua última aparição datando do final de março.

Em busca de maior minutagem e com a perspectiva de assumir a titularidade em 2026, Gabriel foi cedido ao Sport em uma engenhosa troca que trouxe Thiago Couto para a Toca do Leão. Couto, um jogador de 26 anos, havia sido contratado pelo clube pernambucano no início do ano anterior, acumulando 11 partidas no total, sendo quatro delas em 2025. Esta movimentação sublinha a complexidade das decisões no departamento de futebol.

Com a incorporação deste novo nome, o quadro de goleiros do Vitória se recompõe, contando agora com quatro profissionais: Lucas Arcanjo , a referência; Alexandre Fintelman, que aguarda sua chance; o recém-chegado Thiago Couto; e Davi Barbosa, um jovem talento oriundo das categorias de base, que tem sido integrado ao elenco principal e participado ativamente dos jogos do sub-20.

Para ilustrar a amplitude dessas movimentações, apresentamos um panorama dos goleiros que foram contratados pelo Esporte Clube Vitória desde o ano de 2022, juntamente com o número de jogos em que estiveram em campo:

Foto: (Paulo Paiva/Sport)

Um Retrospecto de Buscas: Desde o Acesso em 2022

Retrocedendo a 2022, ano em que o Leão disputava a Série C do Campeonato Brasileiro, a diretoria buscou no mercado um nome que se tornaria peça-chave para a ascensão do clube: Dalton. Sua chegada ocorreu poucos meses após a saída de Caíque, um produto da base rubro-negra que havia perdido espaço no time principal. Dalton foi incumbido da missão de agregar experiência a um setor que contava com um jovem Lucas Arcanjo , então com 23 anos.

Inicialmente como opção no banco de reservas, Dalton ascendeu à titularidade após uma lesão de Lucas Arcanjo , tornando-se uma figura decisiva na campanha que culminou no acesso à Série B. Seu desempenho foi notável, registrando 11 atuações, com um balanço de cinco triunfos, cinco empates e apenas uma derrota. Sua passagem, embora breve, deixou uma marca positiva na história recente do clube.

A Experiência que Não Firmou: O Caso Thiago Rodrigues

Em 2023, o Vitória voltou a direcionar seu olhar para goleiros com vasta experiência, desta vez apostando em Thiago Rodrigues. O atleta, então com 34 anos, vinha de uma temporada de destaque como titular absoluto do Vasco da Gama. Naquele momento, Dalton , que havia sido importante no ano anterior, passava por um período de menor regularidade no clube baiano, o que justificava a busca por uma nova referência.

Contrariando as expectativas, Rodrigues viu Lucas Arcanjo consolidar-se como o titular incontestável da meta rubro-negra, sendo inclusive um dos grandes destaques na campanha do título da Série B. Consequentemente, a participação de Thiago Rodrigues resumiu-se a apenas duas partidas pelo Vitória . A temporada também testemunhou a saída de Cabral, outro goleiro formado nas categorias de base, que foi cedido por empréstimo ao Itabuna e, posteriormente, a São Carlos e Guarani-MG.

O Ano da Renovação Constante: 2024 e Múltiplas Apostas

O ano de 2024 representou um período de profundas reformulações para a posição de goleiro no Vitória . Com o encerramento dos vínculos de Dalton e Thiago Rodrigues , e o empréstimo de Yuri Sena, cria da base, o clube se viu na necessidade de buscar múltiplos nomes para compor o elenco. Assim, foram integrados Muriel, Alexandre Fintelman e Maycon Cleiton, cada um com suas particularidades.

Muriel , à época com 36 anos, representava mais uma tentativa do Vitória em trazer a bagagem de um goleiro experiente. Ele atuou como reserva de Lucas Arcanjo e participou de dez jogos com a camisa rubro-negra, demonstrando ser uma opção confiável quando requisitado. Sua presença adicionou uma camada de segurança ao banco de reservas.

Maycon Cleiton , com 25 anos, teve uma passagem efêmera pelo Leão. Sua estadia durou meros três meses, pois em abril, após uma falha notória em sua única partida pelo clube, foi transferido para o Ceará. Já Fintelman , então com 22 anos, ainda buscava sua primeira oportunidade relevante no cenário profissional e, apesar de integrado ao grupo, não chegou a entrar em campo pelo time principal do Vitória , permanecendo como uma aposta para o futuro.

A análise dessas movimentações na meta do Vitória revela um padrão de busca incessante por complementos ou substitutos para a posição, mesmo com a presença de um titular consolidado como Lucas Arcanjo . A cada temporada, o clube parece reavaliar suas necessidades e apostar em diferentes perfis ? da experiência à juventude, do investimento vultoso à troca de peças. Esse ciclo de contratações e saídas sublinha a complexidade da gestão de elenco e a constante tentativa de encontrar o equilíbrio ideal para uma das posições mais cruciais no futebol.