Vitória vs Santos: Análise Tática da Derrota, Defesa Vulnerável e Ataque Ineficaz

O Esporte Clube Vitória, mesmo dominando a posse de bola e as iniciativas em grande parte do confronto de domingo passado no Barradão, sucumbiu diante do Santos por um placar mínimo de 1 a 0. A partida, válida pela décima rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, revelou uma série de fragilidades no conjunto rubro-negro, especialmente em seu setor defensivo e na crucial fase de conclusão das jogadas.

Apesar de um volume ofensivo considerável, a equipe baiana demonstrou uma notável falta de pontaria nas finalizações, um ponto que se provaria decisivo para o resultado final. A análise pós-jogo aponta para lacunas táticas que precisam ser urgentemente endereçadas pela comissão técnica.

Vulnerabilidades Defensivas e a Improvisação Prejudicial

Para o embate contra o Peixe, o Vitória promoveu três alterações significativas em sua formação inicial. A mais impactante e, talvez, a mais prejudicial, foi a escalação improvisada do volante Baralhas na lateral direita. Esta decisão estratégica, tomada em virtude da fase irregular de Claudinho e da lesão de Cáceres, expôs uma área já sensível do campo.

Embora o time detivesse o controle da esférica e demonstrasse presença no campo de ataque, a adaptação de um jogador fora de sua posição de origem parece ter comprometido a solidez do flanco direito defensivo. Adicionalmente, a equipe comandada por Thiago Carpini exibiu uma dificuldade notória em neutralizar as investidas santistas através de bolas longas, um recurso que o adversário soube explorar com maestria.

Um exemplo claro dessa falha ocorreu aos 14 minutos, quando Guilherme, atacante santista, recebeu a bola livre nas costas de Lucas Halter e Baralhas, desperdiçando aquela que, até então, era a melhor oportunidade do jogo. Apenas cinco minutos depois, contudo, o mesmo Guilherme capitalizou um cruzamento preciso para inaugurar o marcador. O gol surgiu de uma jogada em profundidade pela direita, desta vez rasteira, que desorganizou completamente a estrutura tática do Vitória , culminando na desvantagem.

Aos 19 min do 1º tempo - gol de cabeça de Guilherme do Santos contra o Vitória

Foto: ( Victor Ferreira/EC Vitória)

A Ineficácia Ofensiva e as Oportunidades Perdidas

A reação do Vitória não tardou, com a equipe demonstrando intensidade e pressão ofensiva em busca do empate. Contudo, a falta de precisão continuou a ser um obstáculo intransponível. Kayzer, em uma clara oportunidade na pequena área, falhou ao cabecear após Brazão ceder rebote em um forte arremate de Osvaldo, resultante de um escanteio curto.

O próprio Kayzer, posicionado de forma inteligente entre as linhas adversárias, tentou um chute de fora da área, mas foi interceptado pelo goleiro santista. Posteriormente, o Leão pecou pelo excesso de cruzamentos pelos flancos, acumulando erros no último passe e na decisão final. Apesar de o volume ofensivo ter diminuído na reta final da primeira etapa, o Vitória ainda registrou nove finalizações, com quatro delas no alvo, sem sucesso em converter.

Ajustes no Segundo Tempo e a Persistência das Dificuldades

O retorno para a segunda etapa trouxe uma mudança tática ofensiva: a saída de Gustavo Mosquito, que teve uma atuação discreta, para a entrada de Lucas Braga no ataque pelo lado direito. Entretanto, essa alteração não se traduziu em uma melhora tangível na produção ofensiva da equipe.

Aos 17 minutos, Carpini promoveu novas substituições, retirando o volante Ricardo Ryller e introduzindo o atacante Erick para atuar na zona central do campo, ao lado do volante Ronald e do meia Matheuzinho. Uma composição mais leve que também incluiu a entrada de Léo Pereira no lugar de Osvaldo , no setor ofensivo. Com essas movimentações, Braga foi deslocado para o lado esquerdo do ataque.

Apesar das trocas, o Santos ainda conseguiu acertar a trave em um chute de Rollheiser de fora da área, demonstrando que a defesa do Vitória continuava vulnerável. O Rubro-Negro só conseguiu criar um perigo real aos 26 minutos, após uma jogada individual e cruzamento de Matheuzinho para uma finalização de Léo Pereira, defendida por Brazão. Nos minutos subsequentes, o Vitória permaneceu majoritariamente no campo de ataque, mas a ausência de aceleração na troca de passes e a pouca exploração de jogadas pelo centro do campo impediram que o bloqueio santista fosse superado. As bolas paradas também não surtiram o efeito desejado. Ao final, foram sete finalizações no alvo, todas infrutíferas.

O Alerta Ligado e os Próximos Desafios

A quinta derrota na Série A mantém o clube na zona de rebaixamento e acende um sinal de alerta no Barradão. A situação é ainda mais preocupante porque o Vitória perdeu mais um confronto direto contra um adversário que, teoricamente, disputa na mesma faixa da tabela.

Não há tempo para lamentações profundas, pois o Leão tem um compromisso crucial pela Copa Sul-Americana nesta quarta-feira, buscando uma vaga nos playoffs. O Rubro-Negro visitará o Universidad de Quito, no Equador, às 21h30 (horário de Brasília), no Estádio Olímpico Atahualpa. A necessidade de uma recuperação imediata é premente, tanto para a moral do elenco quanto para a trajetória do clube na temporada.