Vitória: R$ 50 Milhões em Vendas Elevam Patamar Financeiro do Clube

A reconfiguração do plantel para a segunda metade de 2025 no Esporte Clube Vitória encontra na comercialização de seus atletas um pilar financeiro fundamental para o planejamento. A recente concretização da transferência de Janderson para o Göztepe, da Turquia, posicionou o Rubro-Negro a um passo de atingir a marca de R$ 50 milhões em negociações de jogadores nesta temporada.

De acordo com a declaração de Fábio Mota, presidente do Vitória , a saída do atacante injetará R$ 8,3 milhões nos cofres do clube. Esse montante se soma aos valores já obtidos com as transações de Lucas Esteves, Alisson Santos e Wagner Leonardo. É crucial destacar que o zagueiro Wagner Leonardo figura como a mais lucrativa venda na história recente da Toca do Leão.

Apesar do volume financeiro expressivo acumulado, chama a atenção que apenas quatro transações de atletas resultaram em receitas diretas para o Vitória , mesmo com o registro de 23 saídas de jogadores ao longo da temporada. Em entrevista, o presidente Fábio Mota enfatizou o sucesso das vendas em relação aos investimentos realizados nos atletas.

O Lucro das Vendas e a Visão da Gestão

A política de gestão do Vitória tem demonstrado um foco claro na valorização de ativos. O presidente Fábio Mota sublinhou a capacidade do clube em gerar lucro significativo, transformando investimentos iniciais em retornos substanciais, o que, segundo ele, é um indicativo de uma administração profissional.

"As nossas vendas são mais provas de uma gestão profissional. Compramos Janderson por R$ 5 milhões e vendemos por R$ 8 milhões. Compramos Wagner Leonardo por R$ 5 milhões e vendemos por R$ 26 milhões. Alisson queriam mandar embora, a gente recuperou e vendeu por R$ 9 milhões"

A tabela a seguir ilustra o impacto financeiro das principais vendas do Vitória no período recente, demonstrando como a soma dessas transações aproxima o clube da ambiciosa meta de R$ 50 milhões:

Foto: (Victor Ferreira/EC Vitória)

Movimentações do Elenco: Além das Vendas Lucrativas

A reestruturação do elenco do Vitória é um processo multifacetado, que envolve não apenas a venda de atletas para geração de receita, mas também uma série de outras movimentações que visam o equilíbrio do plantel e a otimização da folha salarial. O expressivo número de 23 saídas de jogadores na atual temporada reflete a intensidade dessa reformulação. No entanto, a maioria dessas movimentações não gerou lucro direto para o clube, diferentemente das vendas destacadas.

A seguir, uma visão detalhada das diversas formas de desligamento de atletas do Vitória neste ano, evidenciando a amplitude das mudanças no plantel:

Desafios e Perspectivas na Reestruturação do Elenco

No cenário da Série A, o Vitória se posiciona como o 13º clube em arrecadação por vendas de jogadores em 2025, um dado que, embora positivo, revela um espaço para crescimento. Um aspecto que merece reflexão é o fato de que, entre os atletas cujas vendas geraram receita, apenas um, o atacante Alisson Santos, é oriundo das categorias de base do clube. Isso sugere um desafio na capacidade de transformar talentos formados internamente em ativos de alto valor de mercado.

A continuidade da reformulação do elenco do Vitória deve incluir outras saídas, mas a expectativa é que estas não tragam novos recursos financeiros substanciais para o clube. Com jogadores que se encontram desvalorizados ou sem grande perspectiva de lucro em uma eventual venda, a prioridade da diretoria tem sido aliviar a folha salarial através de negociações estratégicas, como empréstimos.

A situação de Wellington Rato exemplifica essa realidade. Após um investimento de R$ 5 milhões para sua contratação, o Vitória agora enfrenta poucas opções para um retorno financeiro. A busca por um empréstimo para o jogador, que não faz parte dos planos para a temporada e tem treinado em separado, ilustra a complexidade da gestão de ativos em um mercado dinâmico e, por vezes, desafiador.