Vitória: O Calcanhar de Aquiles dos Acréscimos na Série A – Análise Profunda

A recente partida contra o Sport, que culminou em um empate amargo, evidenciou uma fragilidade recorrente no Esporte Clube Vitória: a incapacidade de sustentar resultados nos momentos derradeiros. A perda de pontos valiosos, ocasionada por dois gols sofridos nos acréscimos da última quarta-feira, não é um evento isolado, mas sim um sintoma de um padrão preocupante que assola o Rubro-Negro no Campeonato Brasileiro.

Um levantamento recente do Gato Mestre revela que o Vitória detém a indesejável marca de ser a equipe mais vulnerável na reta final dos confrontos da Série A. Em 16 jogos disputados, o Leão foi vazado em cinco ocasiões após os 40 minutos do segundo tempo. A gravidade dessa estatística é amplificada ao constatar que três desses cinco gols foram sofridos nos últimos quatro embates, incluindo a derrota por 1 a 0 para o Internacional e o já mencionado empate por 2 a 2 com o Sport.

Mesmo com um período de trabalho significativamente menor, o atual comando técnico, sob a batuta de Fábio Carille, já superou o registro de seu antecessor, Thiago Carpini, no que tange a gols sofridos nos instantes finais. Em apenas quatro partidas, Carille viu sua equipe ser vazada em três oportunidades, enquanto Carpini, em 12 rodadas, presenciou apenas duas ocorrências desse tipo: na derrota por 2 a 1 para o Flamengo e no empate em 2 a 2 contra o Atlético-MG.

O Padrão Alarmante de Gols Sofridos no Fim dos Jogos

A análise aprofundada dos dados não apenas posiciona o Vitória no topo dessa lista negativa, mas também revela que outros gigantes do futebol brasileiro compartilham, em menor grau, dessa mesma vulnerabilidade. Internacional, Santos, Sport e Vasco figuram logo abaixo do Rubro-Negro, com quatro gols sofridos cada após os 40 minutos da etapa final.

Para ilustrar a dimensão dessa questão, apresentamos a seguir a lista completa das equipes da Série A, ranqueadas pelo número de gols sofridos a partir dos 40 minutos do segundo tempo:

É notório que os clubes que empatam na segunda posição dessa lista ? Internacional, Vasco, Santos e Sport ? estão entre as defesas mais permeáveis do torneio. Internacional, Vasco e Santos, por exemplo, ostentam o quinto pior sistema defensivo, com 19 gols sofridos. O Sport, por sua vez, detém a segunda pior marca (23 gols), superado apenas pelo Juventude, que figura com a defesa mais vazada entre as três principais divisões do país, com 28 gols sofridos.

A última rodada do Campeonato Brasileiro serviu como um lembrete vívido dessa fragilidade para Internacional e Sport. Os colorados foram vazados pelo Santos nos acréscimos, enquanto o Rubro-Negro baiano viu Renzo López, do Sport, balançar suas redes antes de conseguir o empate.

Foto: (Paulo Paiva/ Sport Recife)

Lições e Perspectivas para a Solidez Defensiva

No polo oposto dessa estatística, encontramos equipes que demonstram notável solidez defensiva, especialmente nos minutos finais das partidas. Flamengo, Botafogo, Cruzeiro, Corinthians e Mirassol foram vazados apenas uma única vez nos momentos derradeiros dos jogos. Coincidentemente, o Flamengo se destaca como a melhor defesa da Série A, com apenas seis gols sofridos no total, seguido de perto por Botafogo (sete) e Cruzeiro (nove).

A 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, que se inicia neste sábado, oferece uma nova oportunidade para as equipes reverterem seus quadros. Para o Vitória , em particular, será um teste crucial para demonstrar se a lição dos minutos finais foi, de fato, assimilada, ou se a sina de perder pontos preciosos continuará a assombrar sua campanha.