Vitória: Falhas Defensivas Custam Pontos Contra São Paulo no Brasileirão

A equipe do Vitória demonstra uma crescente competitividade, fruto de um mês de intenso trabalho sob a batuta de Fábio Carille. Contudo, a recente performance no revés por 2 a 0 diante do São Paulo, em partida válida pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, evidenciou que as recorrentes deficiências defensivas da formação rubro-negra permanecem sem solução definitiva. Erros isolados, mas determinantes, foram o cerne do placar adverso, subtraindo mais uma vez preciosos pontos do clube baiano.

Com um elenco afetado por diversas ausências no departamento médico, o técnico Fábio Carille optou por uma formação adaptada. O zagueiro Edu foi realocado para a lateral direita, e a equipe apresentou outras quatro alterações em comparação ao confronto anterior. Dentre as novidades, destacaram-se as estreias de Ramon e Romarinho.

Nos primeiros quinze minutos de partida, o time do Vitória exibiu um comportamento promissor, caracterizado por uma notável compactação e um sistema de marcação ajustado. Em diversas ocasiões, a equipe conseguiu transições ofensivas eficazes. É relevante sublinhar que, na fase defensiva, Lucas Braga recuava para atuar como ala pela direita, permitindo que Edu assumisse uma posição mais centralizada como zagueiro, configurando um esquema tático 5-4-1.

A Vulnerabilidade do Flanco Esquerdo Rubro-Negro

No entanto, a solidez inicial foi quebrada aos 20 minutos, quando os primeiros buracos na defesa e falhas de posicionamento se manifestaram de forma custosa. Uma triangulação bem-sucedida do adversário, seguida de um cruzamento, encontrou Bobadilla, que finalizou com liberdade entre Ricardo Ryller e Lucas Braga, inaugurando o marcador. Este lance expôs, mais uma vez, a desatenção no lado esquerdo da defesa e a ineficácia da segunda linha de marcação, que concedeu espaço para uma conclusão desimpedida do oponente.

Imediatamente após o gol sofrido, o Vitória esteve à beira de ceder o segundo tento, novamente por uma fragilidade defensiva no setor esquerdo. Contudo, o breve período de desconcentração foi superado, e a equipe conseguiu se recompor nos minutos seguintes.

A partir de então, a formação comandada por Carille conseguiu avançar suas linhas e passou a desfrutar de maior posse de bola no campo ofensivo. Apesar disso, a ausência de um passe final de qualidade impediu a criação de oportunidades claras de gol. Consequentemente, as investidas do Rubro-Negro se limitaram a levantamentos em bolas paradas e arremates de longa distância.

A Busca por Consistência e as Demoras Táticas

A chance mais incisiva que faltou na etapa inicial surgiu logo no primeiro minuto do segundo tempo, evidenciando a precisão do passe de Romarinho ao encontrar Osvaldo centralizado no ataque. Lamentavelmente, a finalização careceu de maior apuro.

Essa jogada, em particular, reforça a percepção de competitividade que o trabalho de Carille tem incutido na equipe. O Vitória tem demonstrado resiliência, "vendendo caro" cada resultado, embora persista nas falhas defensivas. Exemplo disso foi a perigosa oportunidade concedida ao São Paulo, após o Rubro-Negro permitir uma transição rápida e uma tabela no seu flanco direito, que culminou em uma finalização da entrada da área.

No entanto, a intervenção do treinador nas substituições pareceu tardia, ocorrendo somente aos 25 minutos do segundo tempo. Tal atraso pode ter contribuído para uma perda de intensidade no setor ofensivo durante este intervalo. As primeiras alterações incluíram a entrada do atacante estreante Aitor Cantalapiedra, que substituiu o zagueiro Edu ? com Lucas Braga sendo deslocado para a lateral direita ?, e Fabri assumindo a vaga de Romarinho.

A Aérea e os Ajustes Finais

Após as modificações, o Vitória exibiu uma melhora, permanecendo por mais tempo no campo de ataque, embora suas ações ofensivas ainda se mostrassem limitadas a tentativas via cruzamentos. Aos 35 minutos, novas alterações foram implementadas: o centroavante Renzo López ingressou na vaga de Ricardo Ryller , com Kayzer sendo reposicionado para a ponta. Posteriormente, Rúben Rodrigues substituiu Ricardo Ryller no meio-campo, completando as trocas no setor.

No entanto, as falhas pontuais ressurgiram para comprometer o desempenho. A notória fragilidade em jogadas aéreas, um calcananhar de Aquiles do Rubro-Negro, manifestou-se novamente. Sabino capitalizou uma finalização cruzada, encontrando espaço nas costas de Lucas Halter, e ampliou o placar após uma cobrança de escanteio e uma sobra de bola na entrada da grande área.

Há, contudo, um aspecto positivo: a equipe terá uma semana completa para descanso e treinamentos, período essencial para a correção dessas falhas específicas. O próximo compromisso do Vitória , já pela rodada de abertura do returno, será contra o Juventude. O confronto está agendado para o próximo sábado, às 18h30 (horário de Brasília), no Barradão, válido pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.