Vitória Amarga Seca de Gols Histórica na Série A: Entenda o Impacto e os Paralelos com 2021

A Inaceitável Parada Ofensiva do Leão

A estreia do técnico Fábio Carille no comando do Esporte Clube Vitória não trouxe o alívio esperado. A derrota para o Internacional, marcando o início da gestão do novo comandante, empurrou o Leão para a incômoda zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Mais alarmante do que a posição na tabela, no entanto, é a assustadora ineficiência ofensiva que a equipe vem demonstrando.

Nos últimos 576 minutos de futebol disputados, o rubro-negro baiano não conseguiu balançar as redes adversárias sequer uma vez. Esse prolongado período sem gols abrange seis partidas consecutivas, configurando o mais extenso jejum do clube desde 2021, ano em que a equipe amargou o rebaixamento para a Série C do futebol nacional. A situação atual evoca, portanto, memórias de um passado recente que o torcedor prefere esquecer.

Embora os problemas no setor de ataque do Vitória sejam perceptíveis desde o começo da temporada, foi no período mais recente que a situação atingiu seu ponto crítico. O último momento de celebração de um gol do Leão ocorreu em 18 de maio, durante o Ba-Vi válido pela nona rodada da Série A, quando Renato Kayzer marcou aos nove minutos do segundo tempo. Desde então, o grito de gol está engasgado na garganta do torcedor.

Foto: (Divulgação)

O Retrato da Inoperância Ofensiva

A sequência de partidas sem gols do Vitória é um claro indicativo da dificuldade da equipe em converter oportunidades. Quatro derrotas e dois empates compõem o saldo desse período, no qual o time sofreu apenas quatro gols, mas não conseguiu marcar nenhum. O aproveitamento pífio de 11,1% reflete o impacto direto dessa esterilidade ofensiva, mesmo com o atenuante de que o clube não sofreu mais de um gol em nenhuma dessas confrontações.

Confira a dolorosa sequência de jogos sem gols do Vitória :

Os dados da plataforma de estatísticas Sofascore revelam a ineficiência. Desde o gol de Kayzer, foram registradas 91 finalizações totais, com apenas 33 delas no alvo, resultando em uma taxa de acerto de 36,3%. Em média, o Vitória finalizou uma vez a cada seis minutos, mas a conversão dessas tentativas em gols tem sido praticamente nula.

A tabela a seguir detalha a seca ofensiva do Vitória , jogo a jogo:

Fonte: Sofascore

Paralelos Preocupantes: A Sombra de 2021

A atual seca de gols coincide com o pior desempenho da equipe em termos de resultados positivos na temporada, somando sete jogos sem vitórias. Como consequência direta, o time foi eliminado precocemente tanto na Copa Sul-Americana quanto na Copa do Nordeste. Os sucessivos fracassos levaram à demissão de Thiago Carpini, à chegada de Fábio Carille e a uma necessária reformulação no elenco.

O Rubro-Negro não experimentava um período tão prolongado sem marcar desde a temporada de 2021, ano em que disputou a Série B e acabou rebaixado para a Terceira Divisão Nacional. Naquela ocasião, o jejum também se estendeu por seis partidas, mas por um total de 623 minutos, 47 a mais do que a seca atual.

Abaixo, a sequência de jogos sem gols em 2021:

Naquela sequência de 2021, com três empates e três derrotas, o aproveitamento foi de 16,7%, ligeiramente superior ao cenário atual. Contudo, o time sofreu cinco gols, um a mais que em 2025, incluindo uma derrota expressiva por 3 a 0 para o Goiás. Entre as coincidências notáveis, destacam-se duas derrotas por 1 a 0 para o Confiança no Barradão e um confronto com o Botafogo, que, curiosamente, será o próximo adversário do Rubro-Negro. É importante notar que o período de 623 minutos em 2021 inclui o tempo sem gols no jogo anterior e posterior à sequência pura.

Apesar de uma melhora ofensiva posterior, com gols em seis dos nove jogos finais da Série B e a terceira melhor defesa da competição, a recuperação de 2021 não foi suficiente para evitar o rebaixamento do Vitória , que terminou na 18ª posição com 40 pontos.

Carille e a Urgência por Soluções

Com apenas uma partida disputada e duas sessões de treinamento até o momento, o novo técnico Fábio Carille teve tempo exíguo para implementar melhorias significativas no sistema ofensivo da equipe. Em sua apresentação, Carille sinalizou que sua abordagem para revitalizar a criação e a finalização do Vitória dependerá intrinsecamente das características do elenco disponível. Ele enfatizou a necessidade de trabalhar aspectos como o emocional e a confiança dos atletas, buscando clareza nas instruções para que possam render ao máximo.

Para fortalecer o ataque, a diretoria do clube está ativa no mercado. O presidente Fábio Mota revelou a intenção de contratar mais um meia e dois atacantes de beirada. Até o momento, o Leão já reforçou o elenco com a chegada do meia Rúben Rodrigues e do centroavante Renzo López, que são apostas para reverter o cenário atual.

A próxima oportunidade para o Vitória pôr fim a este incômodo jejum será contra o Botafogo, nesta quarta-feira, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. A bola rola às 21h30 (horário de Brasília), no Estádio Nilton Santos, em um confronto que pode ser decisivo para a moral da equipe.