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Tupi-MG: A Década do Acesso Histórico à Série B em Arapiraca
Por Redação FutVitória em 19/10/2025 06:17
Dez anos se passaram desde uma noite que transcendeu a mera disputa esportiva para se cravar como um marco indelével na memória do Tupi Foot Ball Club. Em 19 de outubro de 2015, o Estádio Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca, Alagoas, foi palco de um feito que resgatou o Carijó para uma elite da qual esteve afastado por mais de um quarto de século. A vitória por 2 a 1 sobre o ASA não foi apenas um triunfo; foi a materialização de um sonho, o retorno à Série B após 26 anos de espera.
A equipe mineira, que já havia estabelecido uma confortável vantagem de 2 a 0 no confronto de ida, disputado no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, viajou para o nordeste com a tranquilidade de poder ceder um gol ou até mesmo ser superada por dois, desde que balançasse as redes adversárias, graças ao critério de gol qualificado fora de casa. No entanto, o elenco comandado por Leston Jr. demonstrou uma ambição que superou as expectativas, entregando uma performance que eliminou qualquer margem para o drama.
A fase decisiva da competição revelou a essência de um time forjado para grandes momentos. Após resistir à pressão inicial dos anfitriões e construir oportunidades no primeiro tempo, o Galo Carijó desferiu o primeiro golpe na etapa complementar. Kaio Wilker, atleta que até então enfrentava certo ceticismo da torcida, calou seus críticos com um gol espetacular de fora da área. A celebração foi ampliada nos minutos finais por Marco Goiano, que solidificou a vantagem. Apesar do desconto de Uederson em cobrança de pênalti, a festa já estava selada, ecoando de Arapiraca até as ruas de Juiz de Fora.
A Estratégia Vencedora e a Resiliência Carijó
A campanha do Tupi em 2015 foi um testemunho de planejamento e execução tática. Leston Jr. soube extrair o melhor de um grupo que mesclava a experiência de pilares como o atacante Daniel Morais, o lateral-direito e capitão Osmar, o goleiro Glaysson e o volante Genalvo, com o brilho de coadjuvantes que emergiram em momentos cruciais, a exemplo dos meias Marco Goiano e Kaio Wilker. Essa combinação resultou em um conjunto equilibrado e notavelmente sólido ao longo de toda a competição, capaz de superar instabilidades sem comprometer sua resiliência.
Os números da jornada são eloquentes e refletem a consistência do time. Em 22 partidas disputadas na Série C, o Tupi registrou um desempenho notável, que culminou em um aproveitamento de 57,57% dos pontos em disputa. A capacidade ofensiva foi complementada por uma defesa robusta, característica fundamental para o sucesso em torneios de mata-mata.
| Estatística | Valor |
|---|---|
| Partidas Disputadas | 22 |
| Vitórias | 10 |
| Empates | 8 |
| Derrotas | 4 |
| Aproveitamento | 57,57% |
| Gols Marcados | 22 |
| Gols Sofridos | 16 |
| Média de Gols Marcados por Jogo | 1,0 |
| Média de Gols Sofridos por Jogo | 0,73 |
É importante salientar que o sucesso da campanha não foi ofuscado pela eliminação nas semifinais, após dois empates sem gols e a subsequente derrota nos pênaltis para o Londrina. Aquele revés não diminuiu o brilho da conquista do acesso, que permanece como uma das páginas mais gloriosas e inspiradoras na centenária história do Tupi Foot Ball Club.
A Batalha Tática em Arapiraca: Detalhes do Confronto Decisivo
A partida decisiva em Arapiraca começou com o ASA buscando impor seu ritmo e velocidade, mas esbarrava na imprecisão dos passes. O Tupi, por sua vez, exibia uma postura defensiva organizada, aguardando o momento certo para contra-atacar. A primeira grande oportunidade do jogo surgiu para o time mineiro aos seis minutos, quando Felipe Augusto, em uma arrancada individual pela direita, finalizou cruzado, mas sem a potência necessária para abrir o placar. A resposta alagoana veio rapidamente, com Uederson desperdiçando uma cabeçada com o gol aberto após uma saída equivocada de Glaysson.
Aos 15 minutos, o Tupi novamente ameaçou. Osmar avançou pela direita e cruzou; a defesa do ASA afastou mal, e Marco Goiano chutou de primeira para fora. Pouco depois, Sidimar testou o goleiro Pedro Henrique em uma cobrança de falta bem executada. Apesar de ter maior posse de bola, o ASA só voltou a criar perigo aos 33 minutos, com um chute de Uederson que Glaysson espalmou e precisou se atirar nos pés de Valdanes para evitar o rebote. O final da etapa inicial viu uma pressão intensa dos donos da casa, mas o bloqueio mineiro se mostrou intransponível.
O segundo tempo começou com um golpe estratégico do Tupi que aproximou ainda mais a classificação. Aos dois minutos, Kaio Wilker recebeu de Marco Goiano pela esquerda, cortou para a perna direita e desferiu um míssil no ângulo de Pedro Henrique, um golaço que abriu o placar em Arapiraca. O ASA quase empatou aos 16, com Didira, mas Glaysson, com o auxílio de Osmar, evitou o gol em cima da linha. Aos 18, Felipe Augusto disparou em contra-ataque e serviu Goiano, que forçou Pedro Henrique a uma boa defesa.
O Gigante de Arapiraca persistia, principalmente com bolas aéreas. Aos 21, Chiquinho cobrou uma falta com maestria, exigindo mais uma intervenção precisa de Glaysson. O Tupi-MG, explorando os espaços deixados pela defesa alagoana, quase ampliou aos 26, com Ygor parando novamente em Pedro Henrique. À medida que o tempo escoava, a urgência do ASA em marcar quatro gols se tornava um obstáculo para a criação de jogadas. Aos 35 minutos, o Carijó selou sua classificação: Ygor, lançado em profundidade, superou Pedro Henrique e rolou para Marco Goiano empurrar para o gol vazio, fazendo 2 a 0.
Nos instantes finais, o time da casa conseguiu um gol de honra. Aos 40, Everton sofreu um pênalti de Fabrício Soares, e Uederson converteu, diminuindo o placar. Glaysson ainda teve tempo para realizar mais uma defesa espetacular em cobrança de falta de Pavone aos 44, fechando com chave de ouro a atuação que garantiu o Tupi na Série B.
Os Arquitetos de um Sonho: Elenco e Comissão Técnica de 2015
A conquista do acesso à Série B foi o resultado de um esforço coletivo, que envolveu desde os atletas que entraram em campo até os membros da comissão técnica que trabalharam incansavelmente nos bastidores. A sinergia entre esses profissionais foi fundamental para a construção de uma equipe vitoriosa e resiliente. Abaixo, os nomes que se tornaram heróis desta inesquecível campanha:
Elenco
| Posição | Nome |
|---|---|
| Goleiros | Glaysson, George |
| Laterais | Osmar, Roger Luiz, Bruno Ré, Carlos Renato |
| Zagueiros | Sidimar, Fabrício Soares, Leandro Euzébio, Lula, Maílson |
| Volantes | Genalvo, Rafael Jataí, Vinícius Kiss, Filipe Alves |
| Meias | Marco Goiano, Kaio Wilker, Gabriel Davis, Ygor, Júnior Lemos, Júnior Paraíba |
| Atacantes | Daniel Morais, Felipe Augusto, Bruno Aquino, Geraldo, Ramon |
Comissão Técnica
| Função | Nome |
|---|---|
| Técnico | Leston Jr. |
| Auxiliar Técnico | Leonardo Devanir |
| Preparador Físico | Gustavo Shiroma, Luís Augusto Alvim |
| Preparador de Goleiros | Walker Campos |
| Analista de Desempenho | Júlio Cirico |
| Enfermeiro | Creso Heleno |
| Massagista | Adeil Souza |
| Roupeiro | Celso Boró |
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