São Paulo e o G8: A vitória que pacificou o Morumbi e abriu caminho para a Libertadores 2026

A recente vitória do São Paulo sobre o Internacional, com um placar de 3 a 0, na última quarta-feira, representa muito mais do que a mera adição de três pontos à tabela. Nos bastidores do Morumbi, o triunfo é interpretado como um divisor de águas, sinalizando um "ponto final" na instabilidade política que dominou o clube e reacendendo a esperança de uma vaga na pré-Libertadores de 2026, impulsionada pela potencial expansão para um G8.

Fontes próximas à diretoria revelam que o desempenho dominante em Santos foi um "trunfo" fundamental para dissipar a tensão interna. O ambiente no clube havia atingido níveis críticos após a pesada derrota por 6 a 0 para o Fluminense, apenas uma semana antes, expondo rachaduras profundas na gestão.

As Ondas de Instabilidade e a Recomposição

A turbulência que se seguiu à goleada no Maracanã culminou com a renúncia de Carlos Belmonte da diretoria de futebol, poucas horas após o revés. A ele se juntaram os adjuntos Nelson Ferreira e Fernando Chapecó, em um movimento que expôs a fragilidade do comando técnico-administrativo. A percepção interna é que, embora o resultado positivo da última partida não possa ser atribuído diretamente à cúpula dirigente, o clima de desassossego prévio certamente não contribuía para o desempenho da equipe.

Com a conquista dos três pontos e a consolidação de uma posição que garante o acesso a um eventual G8, a expectativa é de uma "vida nova" no clube, com o foco voltando para o planejamento esportivo e a pacificação do cenário político.

O Caminho para a Libertadores 2026 e o G8

Os pontos somados na última rodada praticamente asseguram a oitava colocação do São Paulo no campeonato. A equipe chega à rodada final com uma margem de três pontos sobre o nono colocado, o Red Bull Bragantino. Essa posição se torna estratégica, pois a confirmação da classificação para a pré-Libertadores dependerá de um dos finalistas da Copa do Brasil ? Cruzeiro ou Fluminense ? levantar o troféu, já que ambos figuram entre os sete primeiros colocados da tabela, abrindo assim a vaga adicional para o oitavo lugar.

A chance de disputar a competição continental em 2026, mesmo que pela fase preliminar, injeta um novo ânimo e um objetivo concreto para a próxima temporada, que promete ser intensa tanto dentro quanto fora dos gramados.

O Alerta de Crespo: Futebol Acima da Política

Em sua coletiva pós-jogo, o técnico Hernán Crespo demonstrou pleno conhecimento dos desafios internos do clube, antecipando que o ano de 2026 será "um ano político". O treinador argentino, com a seriedade que lhe é peculiar, fez um apelo contundente à diretoria, enfatizando a "grande responsabilidade" dos mandatários em evitar que as disputas eleitorais e os embates internos prejudiquem o desempenho esportivo da equipe.

A próxima temporada vai ser muito política de novo. Nós sabemos o que acontece. Espero que os envolvidos possam entender que essas dificuldades políticas condicionam o elenco. (...) O futebol é a coisa mais importante, para nós para a torcida. (...) Acho que eles (diretores) têm uma responsabilidade muito grande.

A fala de Crespo serve como um lembrete crucial de que, apesar das vitórias em campo e da aparente calmaria nos bastidores, a gestão precisa manter o foco no essencial: o futebol. O desafio agora é transformar o "alívio" da vitória em uma base sólida para um futuro mais estável e ambicioso, honrando a paixão da torcida e os objetivos esportivos do São Paulo.