Fluminense x Vitória: Quem Brilhou (e Frustrou) o Leão na Derrota?

O confronto entre Vitória e Fluminense, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, culminou em mais uma derrota para o Leão, um revés que exige uma análise minuciosa dos fatores que determinaram o resultado. Embora a atenção natural se volte para o desempenho rubro-negro, é imperativo examinar a performance individual do adversário para compreender as dificuldades enfrentadas pelo nosso time. Afinal, a vitória tricolor não foi um acaso, mas sim o produto de atuações específicas que anularam as investidas do Vitória e garantiram os três pontos.

Nesta coluna, dissecaremos os nomes que, do lado do Fluminense, foram cruciais para a manutenção do placar e para a frustração das esperanças do torcedor rubro-negro. Quem foram os pilares que sustentaram o Fluminense e impediram que o Vitória transformasse seu volume de jogo em gols? A seguir, uma avaliação crítica dos jogadores que se destacaram no elenco carioca, com base nas notas atribuídas pela imprensa especializada e pelo público.

Os Guardiões da Meta e o Artilheiro Decisivo

Começamos pelo nome mais evidente na noite: Fábio, o goleiro do Fluminense. Sua atuação foi, sem dúvida, um dos maiores obstáculos para o ataque do Vitória . Apesar de o Leão ter acertado a trave em uma oportunidade na etapa inicial, Fábio foi relativamente pouco acionado antes do intervalo. Contudo, no segundo tempo, sua presença foi monumental. Ele impediu o empate em um chute perigoso de Raúl Cáceres, uma defesa que poderia ter mudado o rumo da partida. Nos momentos finais, operou um verdadeiro "milagre" em uma finalização de Romarinho, que parecia ter o caminho do gol, e, antes do apito final, ainda realizou outra grande intervenção em chute de Renato Kayzer, embora o lance tenha sido posteriormente anulado por impedimento. Fábio foi, inegavelmente, um dos grandes responsáveis pela manutenção da vantagem tricolor, sendo determinante para a conquista do resultado.

Ao lado de Fábio, outro nome que pesou diretamente no resultado foi Hércules. O meio-campista tricolor foi o autor do gol que sacramentou a vitória do Fluminense. Após uma jogada iniciada por ele mesmo, lançando Fuentes na linha de fundo, a bola retornou aos seus pés após desvio da marcação, e ele finalizou com precisão no canto esquerdo. Embora tenha cometido um erro na saída de bola que resultou em um chute na trave de Erick, sua contribuição ofensiva foi decisiva. Hércules deixou o campo na segunda etapa como um dos grandes destaques, sendo importante também na construção de jogadas.

A Estrutura Defensiva e as Peças do Meio-Campo

Na lateral direita, Guga teve uma performance focada na contenção, contribuindo defensivamente e auxiliando na transição de bola pelo seu corredor. Sua dedicação foi notória até ser substituído por Julio Fidelis, um jovem de Xerém que soube aproveitar a oportunidade. Fidelis se mostrou atuante tanto no apoio ofensivo quanto na saída de bola, criando alternativas pelo lado direito e demonstrando bom potencial.

A dupla de zaga, composta por Ignácio e Igor Rabello, apresentou momentos distintos. Ignácio, apesar de alguns equívocos defensivos, conseguiu se redimir com desarmes eficazes, sem comprometer o resultado final. Igor Rabello, por sua vez, fazia uma partida sólida, inclusive com um bom desarme em lance de Pepê, mas sua impulsividade custou caro. Dois cartões amarelos em sequência, por infrações consideradas "bobas" nos minutos finais do primeiro tempo, o levaram à expulsão, um lance que poderia ter sido ainda mais prejudicial para o Fluminense, já que Dudu, do Vitória , já havia sido expulso anteriormente.

Pela lateral esquerda, Gabriel Fuentes enfrentou desafios na contenção dos avanços do Vitória , que explorava seu setor. Contudo, participou ativamente no ataque, inclusive cruzando a bola que, após desvio, resultou no chute de Hércules. No meio-campo, Otávio teve um papel importante na recuperação de posse e na aceleração do jogo, como no lance que gerou o primeiro cartão amarelo de Dudu . Ele também iniciou a jogada do gol de Hércules e desempenhou uma função defensiva relevante.

Movimentações e Substituições: Impacto no Jogo

As alterações promovidas pelo Fluminense também tiveram seu peso. Bernal entrou no lugar de Hércules para reforçar o setor defensivo, embora tenha demonstrado dificuldades na marcação, sem, contudo, comprometer o resultado. Lima, por sua vez, foi protagonista de um início de jogo turbulento. Sofreu uma falta de Dudu que resultou no primeiro cartão amarelo do jogador do Vitória e, minutos depois, levou uma cotovelada do mesmo atleta, o que o tirou da partida ainda no primeiro tempo. Sua saída abriu espaço para Lezcano, que, sem atuar desde maio, teve uma passagem breve pelo campo, sendo substituído no intervalo por Manoel, que entrou para recompor a defesa após a expulsão de Igor Rabello e cumpriu bem sua função.

No ataque, Canobbio não teve uma atuação tecnicamente brilhante, mas sua aplicação tática e dedicação foram notáveis, contribuindo tanto na defesa quanto no ataque e sofrendo a falta que culminou na expulsão de Dudu . Cano, embora não tenha balançado as redes, acertou a trave em um belo chute e foi participativo, buscando o jogo e tentando desviar a bola no lance do gol de Hércules. Serna, que começou pela esquerda, recebeu um cartão amarelo precoce e, pendurado, foi substituído por Lavega, que, com poucas oportunidades na temporada, mostrou dedicação e criou chances, inclusive tendo um gol anulado por impedimento nos acréscimos.

A Visão do Comandante Tricolor

O técnico Renato Gaúcho optou por uma escalação mista, visando a Sul-Americana, e deu minutos a jogadores que vinham com menos espaço. Suas mexidas, embora não tenham resultado em uma atuação brilhante do Fluminense, foram suficientes para garantir os três pontos fora de casa. A capacidade de Renato de gerenciar o elenco e obter o resultado, mesmo com um time alternativo, demonstra a profundidade e a estratégia do seu comando.

A seguir, uma tabela com as notas dos jogadores do Fluminense, conforme avaliações da imprensa e do público:

A derrota do Vitória , portanto, passa pela eficiência de Fábio no gol, pela capacidade de Hércules de decidir no ataque e pela gestão estratégica de Renato Gaúcho, que soube extrair o necessário de um time alternativo. Para o Leão, a lição é clara: é preciso encontrar formas de superar defesas consistentes e goleiros inspirados, transformando as oportunidades criadas em gols para reverter o cenário atual.