Fábio Carille e a Estratégia do Vitória para o Segundo Turno do Brasileirão

Fábio Carille, comandante técnico do Vitória, fez uma promessa enfática após o encerramento do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Apesar da derrota por 2 a 0 para o São Paulo, ocorrida no último sábado, Carille assegurou que o Rubro-Negro apresentará um desempenho distinto na segunda metade da competição.

O treinador foi categórico ao afirmar que "ninguém vai jogar a toalha", especialmente diante da delicada posição da equipe, que flerta perigosamente com a zona de rebaixamento. Esta declaração reflete a convicção do técnico na capacidade de superação do elenco, mesmo com os desafios evidenciados no confronto no Morumbis.

Carille enfatizou a necessidade de reestruturação do time, evidenciada pela estreia de três novos jogadores na 19ª rodada. Sua crença no grupo é inabalável, e ele projeta uma mudança de cenário, iniciando pelo próximo compromisso em casa contra o Juventude. O apoio da torcida, segundo o técnico, será fundamental para impulsionar a reação na competição.

A Proposta de Reação e a Tabela Desafiadora

A situação do Vitória ao final do sábado, embora fora da zona de rebaixamento, é precária. A equipe pode ser superada caso o Vasco conquiste uma vitória diante do Atlético-MG. Em 19 partidas disputadas, o Rubro-Negro acumulou 18 pontos, resultado de um desempenho que inclui três vitórias, nove empates e sete derrotas. É crucial considerar que o time baiano possui um número maior de jogos em comparação com alguns de seus concorrentes diretos na tabela.

A seguir, um resumo do desempenho do Vitória no primeiro turno:

Carille, que já vivenciou batalhas contra o rebaixamento, como na ocasião em que salvou o Santos da queda para a Série B, recorreu à sua experiência prévia. A receita para o sucesso, de acordo com o treinador, reside na capacidade de focar exclusivamente no próprio desempenho, evitando comparações com os adversários diretos.

A Estratégia do Foco Interno e os Desafios Táticos

Para o técnico, a meta é clara: "A gente não tem que olhar para os adversários, temos que olhar só para nós. Temos uma pontuação a ser atingida e é ela que vamos buscar." Essa abordagem pragmática visa concentrar os esforços em cada partida, tratando-a como uma decisão crucial. O próximo embate, contra o Juventude no Barradão, ganha contornos de uma verdadeira final.

Ao analisar a partida contra o São Paulo, Carille expressou lamento pelos gols sofridos e, principalmente, pelas nove ausências que impactaram a montagem da equipe. A improvisação na lateral e a pouca exigência do goleiro Lucas Arcanjo foram pontos levantados. Os gols, um de infiltração e outro de bola parada, foram destacados como lances que o São Paulo executa com maestria. O treinador reconheceu as chances perdidas no início do segundo tempo, com Romarinho e Osvaldo, que poderiam ter resultado no empate. A convicção de Carille é que a melhoria virá com trabalho árduo e dedicação coletiva.

Ajustes Necessários e o Calendário de Recuperação

O Vitória de Carille terá agora uma semana completa para recuperação física e treinamentos intensivos. O próximo desafio, que já inaugura o returno do campeonato, será contra o Juventude, no próximo sábado, às 18h30 (de Brasília), no Barradão, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Durante a coletiva, Carille detalhou aspectos táticos e de elenco . Sobre o que não funcionou, ele explicou: "Eu alternei uma linha de quatro com alguns momentos de linha de cinco, com o Lucas Braga sendo ala para dar um suporte ao Edu. A gente tinha que trabalhar melhor as inversões, sair pelo lado oposto. Muitas vezes insistimos no lado que estava mais fechado. Faltou encontrar o lado oposto para entrar no campo do adversário." Ele também elogiou Romarinho, que demonstrou boas movimentações após um longo período de inatividade, mas reconheceu que o time ainda precisa "ficar com a bola, fazer o adversário correr atrás da gente".

Em relação a posições carentes e possíveis reforços, o técnico afirmou que a análise é feita com calma. Ele ponderou que o elenco , quando estiver completo com a recuperação de jogadores como Baralhas e Pepê, possui qualidade para todas as posições. Contudo, não descartou a possibilidade de buscar no mercado "algo que nos acrescente", caso surja uma oportunidade real. A dificuldade na montagem da equipe para o jogo contra o São Paulo, em decorrência de perdas de última hora e trocas por características dos atletas, foi um fator complicador.

Lições do Primeiro Turno e o Caminho para a Virada

Apesar dos erros repetidos, Carille acredita que o entrosamento do grupo, que está se reformulando durante a competição com a estreia de novos jogadores, naturalmente levará ao crescimento de todos. A ausência de vitórias fora de casa é um ponto de atenção, mas o treinador mantém a fé no processo: "Eu acredito no trabalho. Sempre foi isso, em todos os lugares que trabalhei. Vamos passar muita confiança para esses atletas, eles precisam acreditar. Meu trabalho vai ser entrosar eles para que a gente possa reverter essa situação no segundo turno".

Sobre a mudança tática, o objetivo era claro: "Queria ter mais força pelos lados com dois jogadores de área." No entanto, o gol de bola parada sofrido logo em seguida acabou por atrapalhar os planos iniciais. A ideia era clara: "ganhar mais força pelos lados e ter dois jogadores de área para incomodar a defesa do São Paulo."

A sinceridade do técnico quanto aos desfalques foi notável: "A gente tem que ser realista e sincero. Até na montagem do time hoje a gente teve dificuldade." Ele citou o esforço de Claudinho no jogo anterior contra o Palmeiras como exemplo da dedicação dos atletas, mas reiterou que as ausências e as subsequentes trocas, com suas características específicas, geraram dificuldades significativas para o desempenho da equipe em campo.