Derrota do Vitória para Corinthians: Rubro-Negro Mergulha na Zona de Rebaixamento

Em um embate marcado pela intensidade e pela dramaticidade, o Esporte Clube Vitória não conseguiu segurar o ímpeto do Corinthians no Barradão, sendo superado por 1 a 0. O gol decisivo, anotado nos momentos derradeiros do confronto, não apenas selou a vitória paulista, mas também empurrou o Leão para a incômoda zona de rebaixamento, acendendo um alerta severo na reta final do Campeonato Brasileiro.

A partida, que abriu a trigésima rodada da competição, foi um verdadeiro teste de nervos, com o árbitro Wilton Pereira Sampaio distribuindo um arsenal de 12 cartões (onze amarelos e um vermelho) e assinalando impressionantes 36 faltas. Tal cenário pintou um quadro de um jogo mais brigado do que jogado, onde a estratégia e a disciplina foram postas à prova constantemente.

Com o revés, a equipe comandada por Jair Ventura estacionou nos 31 pontos. A posição na tabela se tornou ainda mais delicada, uma vez que o Santos, décimo sexto colocado, ainda teria sua partida na rodada, com a possibilidade de ampliar a distância para o clube baiano. A margem de erro para o Vitória se reduz drasticamente a cada rodada.

A Luta Pela Sobrevivência: O Impacto da Derrota no Barradão

Em contrapartida, os visitantes do Parque São Jorge capitalizaram o resultado positivo, elevando sua pontuação para 39 e galgando a nona posição na classificação. O triunfo garantiu um respiro significativo ao Corinthians, afastando-o ainda mais da temida zona da degola e consolidando sua ascensão na tabela.

Os dois clubes agora se preparam para os próximos desafios do calendário. O Vitória terá uma difícil jornada em Belo Horizonte, onde enfrentará o Cruzeiro no próximo sábado. Já o Corinthians retornará aos seus domínios para receber o Grêmio no dia seguinte, em outro duelo de grande importância.

A etapa inicial do confronto foi um reflexo fiel da tensão que pairava sobre o Barradão. Predominou a transpiração sobre a inspiração, com o Corinthians esboçando algumas investidas promissoras. Contudo, o ritmo foi insistentemente quebrado pelas 18 infrações marcadas pelo apito de Wilton Pereira Sampaio, que também exibiu quatro cartões amarelos, divididos igualmente entre as equipes. As tentativas finais do time paulista, com Bidu parando em Thiago Couto e Yuri Alberto finalizando impedido, foram o ápice de um período de poucas oportunidades claras.

Intensidade e Cartões: A Trama Tática do Confronto

O cenário não se alterou drasticamente após o intervalo. A partida manteve seu caráter truncado, culminando na expulsão de Bidon. No entanto, foi a entrada de Charles, substituindo Carrillo, que desequilibrou a balança. O volante, vindo do banco de reservas, encontrou as redes em um lance de pura persistência, pouco antes dos acréscimos, assegurando a segunda vitória consecutiva do Corinthians na competição.

A equipe paulista já havia demonstrado seu poder ofensivo nos primeiros minutos. Garro orquestrou um passe em profundidade para Yuri Alberto, cujo chute foi desviado para escanteio. Na sequência, Memphis cobrou fechado, e após um desvio do goleiro, Carrillo finalizou com perigo. Contudo, a jogada foi invalidada por uma infração de ataque, evidenciando a busca incessante do Corinthians pelo gol.

Um revés inesperado para os anfitriões ocorreu aos 25 minutos, quando o goleiro Lucas Arcanjo sentiu o joelho. Após duas intervenções médicas e uma tentativa frustrada de permanecer em campo, o camisa 1 foi forçado a ceder seu lugar para Thiago Couto. O substituto, vale ressaltar, fez sua estreia oficial com a camisa rubro-negra em um momento de alta pressão.

Goleiros em Destaque e a Expulsão que Mudou o Jogo

Em meio à profusão de faltas e cartões, a chance mais cristalina da primeira etapa coube a Matheus Bidu, nos instantes que antecederam o intervalo. O lateral-esquerdo se infiltrou pela ponta, recebeu um passe preciso de Garro e, após um embate com Lucas Halter, ficou cara a cara com Thiago Couto. O chute forte foi magistralmente defendido pelo arqueiro, que com o braço direito estendido, evitou o que seria o primeiro gol corintiano. Yuri Alberto ainda teria outra oportunidade de ouro, driblando o goleiro, mas finalizou para fora, sendo salvo pelo impedimento assinalado.

O segundo tempo iniciou-se com a mesma truculência da etapa anterior. Em apenas três minutos, três novos cartões amarelos foram exibidos: dois para o Corinthians (Garro e Bidon) e um para o Vitória (Camutanga). Wilton Pereira Sampaio também marcou uma falta perigosa a favor do Vitória na entrada da área, mas a finalização de Garro não encontrou o alvo.

Aos poucos, a partida ganhou um mínimo de fluidez, e os goleiros de ambas as equipes foram novamente acionados. Primeiro, Felipe Longo defendeu um arremate de Cantalapiedra. Em seguida, Thiago Couto demonstrou agilidade ao espalmar um chute potente de Martínez, originado de um rebote de falta pela esquerda.

O Gol Decisivo e as Consequências para o Leão

Qualquer vislumbre de melhora técnica foi rapidamente ofuscado pelo retorno da intensidade excessiva. O confronto voltou a ser marcado por faltas, disputas acirradas e reclamações constantes. O clímax dessa tensão foi a expulsão de Bidon, que recebeu o segundo cartão amarelo após atingir a canela de Lucas Halter, deixando o Corinthians com um jogador a menos.

Mesmo em desvantagem numérica, os paulistas persistiram e foram recompensados. Após um escanteio pela direita, Memphis aproveitou o rebote e tocou para João Pedro Tchoca. O chute foi espalmado por Thiago Couto, mas Charles, no rebote, cabeceou a bola que, após tocar o travessão, encontrou as redes, decretando o 1 a 0. Nos instantes finais, Felipe Longo se agigantou, realizando um milagre que impediu o gol de empate do Vitória .

Para uma visão detalhada do confronto, confira os dados técnicos:

As escalações que entraram em campo foram: