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Carille no Vitória: A Análise Profunda da Estreia Amarga e os Desafios do Leão
Por Redação FutVitória em 12/07/2025 20:34
A jornada de Fábio Carille à frente do Esporte Clube Vitória teve um início desafiador neste último sábado. Em sua primeira partida como treinador, o time baiano foi superado pelo Internacional por um placar mínimo de 1 a 0, em confronto válido pela décima terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O gol decisivo, marcado por Rodrigo Tabata, veio nos acréscimos, conferindo um desfecho particularmente doloroso à estreia.
No Beira-Rio, após o apito final, o comandante rubro-negro expressou em coletiva de imprensa suas primeiras impressões. Carille ressaltou aspectos positivos observados ao longo dos noventa minutos, mas fez questão de frisar a necessidade de a equipe sentir o revés. "A primeira coisa que falei no vestiário foi que temos que ficar indignados com resultados assim, mas não podemos abaixar a cabeça", declarou, indicando a postura que espera de seus atletas.
O técnico enfatizou a combatividade dos jogadores, reconhecendo, contudo, a vastidão do trabalho a ser feito. "Os jogadores brigaram muito. Claro que muitas coisas precisamos melhorar, e vamos melhorar com trabalho e profissionalismo. Então fica um gosto triste, mas sabemos que fizemos muitas coisas boas, sabemos que temos que melhorar para subir na tabela e ficar em uma zona mais confortável", pontuou Carille, sinalizando que o caminho é de evolução constante para afastar o time das posições incômodas na classificação.
A Visão de Carille: Desenhando a Nova Identidade Tática
Ainda que o resultado não tenha sido o desejado, Carille deixou claro que a equipe ainda não reflete plenamente sua filosofia de jogo. Contudo, demonstrou confiança na capacidade de evolução do Vitória ao longo do Brasileirão, delineando as direções para o aprimoramento. "Tem muita coisa para melhorar. Quero trabalhar algumas aproximações, ficar mais com a bola, fazer o adversário correr atrás de nós com inversões, com lado oposto", detalhou o treinador.
Ele recordou oportunidades criadas no segundo tempo por atletas como Willian Oliveira, Maykon Jesus e Cáceres, reforçando a crença no potencial do elenco. "Vamos melhorar. A nação pode ter certeza, vamos nos apoiar porque vamos trabalhar muito forte para dar a melhor resposta", assegurou Carille, buscando engajar a torcida no processo de reconstrução da confiança.
Quanto ao desempenho geral da equipe, o técnico avaliou que diversos pontos de seu planejamento pré-jogo foram executados com sucesso, embora houvesse espaço para aperfeiçoamento. "Funcionou muitas coisas que eu queria. Outras poderiam ter sido melhores. Mas de um modo geral, na véspera do jogo, foi muito positivo", afirmou. Carille ainda lamentou a falta de um desfecho mais favorável. "Não gosto de falar de sorte, mas a gente poderia ter tido uma sorte melhor nessa partida. Poderíamos ter saído pelo menos com um ponto."
Ajustes Individuais e Coletivos: O Olhar do Comandante
Em sua análise sobre a produção ofensiva, o treinador observou um jogo com poucas intervenções dos goleiros. "Foi um jogo em que os goleiros trabalharam muito pouco. Não lembro de defesas do Lucas Arcanjo. Teve uma cabeçada para fora. Nós também não finalizamos muito", disse. Carille reiterou que sua equipe será sempre marcada pela organização, com e sem a posse de bola, e que o crescimento é um processo contínuo de trabalho.
Ao abordar características de jogadores específicos, o técnico demonstrou apreço por Ronald, destacando sua "taxa de trabalho muito grande", inteligência e qualidade no passe. "No segundo tempo acho que ele fez muito bem. Troquei ele porque senti que estava desgastado", explicou. Sobre Lucas Braga, Carille indicou a necessidade de "mais profundidade", buscando otimizar suas características. A preferência por um lado mais agudo e outro mais construtor, como exemplificado pela dupla Matheuzinho e Ronald , foi mencionada como uma estratégia já utilizada em sua carreira, valorizando a posse de bola para a organização tática.
As mudanças no elenco e a adaptação de novos atletas também foram pautas. Jogadores como Léo Pereira e Fabri, além de Lucas Braga e Osvaldo, que preferem atuar pelo lado esquerdo e precisarão se adaptar à direita, foram citados. A entrada de Osvaldo , por exemplo, visava maior retenção de bola e triangulações eficazes. "Aos poucos eu vou conhecendo os jogadores melhores, isso vai ser na rotina", comentou o técnico, ressaltando o período de observação.
Reforços e Próximos Desafios: A Urgência do Planejamento
No que tange à chegada de reforços, Carille enfatizou a cautela e a necessidade de acerto nas escolhas. "Estamos conversando, esses jogadores que chegarem a gente não pode errar. Temos que ter muitas reuniões, observar bastante, colher informações", disse, revelando que já havia nomes em mente antes mesmo de sua chegada, mas que a paciência é fundamental para evitar erros. A busca por informações detalhadas e vídeos dos atletas é uma prioridade, visando extrair o máximo de cada um.
Apesar da urgência de correções, Carille fez questão de parabenizar o empenho dos jogadores. "Muitas coisas vão ser corrigidas. Por outro lado, quero parabenizar os jogadores, eles lutaram muito", afirmou. Ele comparou a intensidade do futebol atual com a de um Mundial de Clubes, indicando que o ritmo de competição é constante. Embora tenha percebido uma aceleração excessiva nas bolas de profundidade, o que poderia ter sido melhor controlado com mais posse, o técnico reiterou que muitos aspectos positivos foram observados.
O foco agora se volta para o próximo compromisso: o duelo contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, pela décima quarta rodada, no Estádio Nilton Santos. A partida é tratada como "mais uma decisão". A possível estreia de Renzo foi mencionada; Carille, que já trabalhou na Arábia Saudita, conhece as qualidades do atleta, como boa técnica, retenção e finalização. Contudo, o cuidado com o condicionamento físico do jogador, que vem de um período de férias, é primordial para evitar lesões e manter a confiança do elenco .
Por fim, Carille expressou sua convicção na qualidade do grupo de jogadores do Vitória, que, em sua visão, necessita de mais confiança. "Acho que é um grupo qualificado, mas que precisa de mais confiança. Isso vai ser um trabalho meu, meu com minha comissão. Fazer esses jogadores crescerem fisicamente, taticamente e tecnicamente. Não tem outra forma, vamos recuperar todos eles. Todos vão ser úteis até o fim da temporada", concluiu o treinador, projetando um trabalho intenso para elevar o patamar da equipe rubro-negra.
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