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Vitória: Análise da Temporada 2024 e Perspectivas Futuras
Por Redação FutVitória em 09/12/2024 05:22
Retorno Conturbado à Elite do Futebol Brasileiro
O empate de 2 a 2 contra o Flamengo no último jogo do Campeonato Brasileiro marcou a despedida do Vitória da competição. Contudo, o placar final é menos relevante do que a trajetória do clube ao longo das 37 rodadas anteriores. A campanha, apesar de marcada por dificuldades, apresenta um saldo positivo, que poderia ter sido alcançado com menos sofrimento.
É crucial considerar um fator fundamental: o Vitória precisou reaprender a disputar o Campeonato Brasileiro. Após o rebaixamento em 2018, o clube passou cinco anos afastado da principal competição nacional, um período inédito na era dos pontos corridos. A dinâmica do torneio sofreu transformações significativas neste ínterim.
O cenário atual, caracterizado por Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) e investimentos recordes, contrastou fortemente com a realidade do Vitória . Os cerca de R$ 15 milhões investidos na montagem do elenco para 2024 ficaram aquém não apenas dos gigantes, mas também da média atual do futebol brasileiro. A disparidade financeira foi notória.
Desafios Iniciais e Ajustes Necessários
O impacto do retorno à Série A foi imediatamente sentido pelo Vitória . A equipe, que ostentava a segunda maior invencibilidade na história do Barradão, viu sua sequência positiva desmoronar diante de adversários mais fortes. O início de campeonato foi marcado por oito jogos sem vitórias.
A invicta que antes era sinônimo de sucesso no Barradão, deixou de ser garantia de pontos, e jogadores que se destacaram na Série B apresentaram queda de rendimento frente a oponentes de maior calibre. A diretoria deveria ter antecipado essa realidade no planejamento, avaliando criteriosamente quais atletas da campanha vitoriosa na Série B deveriam permanecer na Série A.
A demora em ajustar o elenco foi um erro. A equipe esperou o início da competição e a queda de desempenho para iniciar as mudanças. A analogia de "trocar o pneu com o carro andando" se aplica perfeitamente à situação. Apesar do sucesso final, o risco assumido foi considerável e poderia ter sido mitigado com planejamento antecipado.
Mudança de Comando e Reação em Campo
Um acerto da diretoria foi a escolha de Thiago Carpini para substituir Léo Condé. A decisão, inicialmente recebida com ceticismo por muitos, se mostrou acertada. Carpini, apesar de ter perdido a disputa com Condé na Série B de 2023 e ter um curto período de trabalho no São Paulo, provou ser a peça fundamental na recuperação do Rubro-Negro.
Carpini demonstrou capacidade de gestão de grupo, liderando a reformulação do elenco e obtendo resultados positivos em campo. Léo Condé não era o único problema, mas a chegada de Carpini foi catalisadora da reação do Vitória .
Dos 16 jogadores que iniciaram o Brasileirão contra o Palmeiras, apenas sete permaneceram na equipe titular na reta final da competição. Além disso, o time precisou improvisar em diversas posições em onze rodadas, revelando falhas na montagem do elenco inicial.
Reforços, Arrancada Final e Conquistas
A correção de rota se deu com mais saídas do que chegadas na segunda janela de transferências. Apesar disso, os seis reforços contratados ? Neris, Gustavo Mosquito, Carlos Eduardo, Machado, Ricardo Ryller e Edu ? tiveram papel fundamental na recuperação da equipe, demonstrando mais um acerto em meio à pressão.
Com os reforços integrados, tempo para treinos e maior compreensão do campeonato, os resultados positivos começaram a surgir. Após flutuações na zona de rebaixamento, o Vitória escapou do Z-4 na 31ª rodada e protagonizou uma forte arrancada final, vencendo confrontos diretos decisivos. A permanência na Série A foi garantida na 36ª rodada, seguida pela classificação para a Copa Sul-Americana.
O último jogo contra o Flamengo, com objetivos secundários como terminar entre os dez melhores, representou um luxo para uma equipe que só conquistou sua primeira vitória na nona rodada. A trajetória demonstra uma resiliência impressionante, mas também revela a necessidade de maior planejamento e antecipação.
Conclusão: Lições Aprendidas e Perspectivas para o Futuro
Os erros iniciais na composição do elenco e o início titubeante complicaram a temporada do Vitória , mas não impediram a recuperação e o alcance dos objetivos principais: evitar o rebaixamento e garantir vaga na Copa Sul-Americana. Apesar do sucesso, a metodologia de "gestir o risco" não é sustentável a longo prazo.
Um início mais consistente poderia ter levado o Vitória a patamares ainda mais altos no Brasileirão. A capacidade de adaptação e reconstrução demonstrada pelo clube é louvável, mas a prática de realizar 30 contratações por temporada e reformular o elenco durante a competição precisa ser repensada. O planejamento para 2025 deve incorporar as lições aprendidas.
O Vitória possui um treinador competente e disposto a mudanças. A expectativa é que, em 2025, essas alterações sejam implementadas de maneira mais estratégica e antecipada, evitando o sufoco e os riscos desnecessários.
?Ela foi 'esfregada na cara' do Rubro-Negro, que gastou em torno de R$ 15 milhões na montagem do elenco para 2024.?
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