Vitória no Barradão: Invencibilidade contra Juventude pode mudar o jogo na Série A

O Esporte Clube Vitória, em meio a um processo contínuo de reestruturação, enfrenta um momento delicado no Campeonato Brasileiro. Com uma sequência de quatro partidas sem triunfo na competição, o clube registrou o terceiro pior desempenho em um primeiro turno na era dos pontos corridos com 20 equipes. Contudo, em um confronto crucial pela 20ª rodada, marcando o início do returno, o Leão busca alívio na simbólica invencibilidade que possui contra o Juventude em seus domínios. A partida está agendada para este sábado, às 18h30 (horário de Brasília), no Estádio Barradão, com o objetivo primordial de se afastar da incômoda zona de rebaixamento.

A aura de fortaleza do Barradão se manifesta de forma particular quando o adversário é o clube gaúcho de Caxias do Sul. Ao longo do século XXI, o Rubro-Negro ostenta um impressionante histórico de nunca ter sido superado pelo Juventude em partidas disputadas em seu estádio. Este retrospecto notável compreende um total de oito confrontos, distribuídos entre Campeonato Brasileiro, Série B e Copa do Brasil, resultando em quatro vitórias para o time baiano e quatro empates.

É imperativo, contudo, contextualizar essa série invicta. Antes da virada do milênio, a realidade era distinta. O Vitória sofreu duas derrotas em casa para o Juventude: um expressivo 5 a 0 na fase inicial do Campeonato Brasileiro de 1996, e um placar de 1 a 0 na Copa João Havelange, equivalente à Série A de 2000. Estes resultados do século passado contrastam fortemente com a hegemonia estabelecida nos anos seguintes.

O Início de uma Hegemonia no Barradão

A mudança de panorama teve início com um empate sem gols pelo Campeonato Brasileiro de 2001, inaugurando a série invicta deste século. Posteriormente, o Leão engatou duas vitórias consecutivas. Uma delas, um contundente 3 a 0 em 2003, já sob o formato de pontos corridos, teve as redes balançadas por Zé Roberto, com dois gols, e Almir, consolidando um domínio inicial.

Entretanto, a trajetória de invencibilidade não foi isenta de momentos de apreensão. Em 2004, por exemplo, o empate em 1 a 1 contra o Juventude, com gol de Leandro Domingues, precedeu um capítulo sombrio na história do clube. Naquele ano, o Vitória amargou o rebaixamento para a Série B, encerrando a disputa na 23ª posição, com 48 pontos, em um campeonato que contava com 24 equipes e 46 rodadas. Um lembrete de que mesmo em retrospectos favoráveis, o contexto geral é determinante.

A seguir, detalhamos os confrontos que solidificam essa invencibilidade:

Foto: (Fernando Alves/ECJ)

Confrontos Recentes e Gols Históricos

Entre os empates que marcaram a série, um em particular se destaca pela sua relevância estratégica. Em 2009, um 1 a 1 pela Copa do Brasil, com gol de Neto Baiano para o Leão, assegurou a classificação da equipe para as oitavas de final. O resultado foi suficiente devido à vitória prévia por 2 a 1 na partida de ida, disputada fora de casa, demonstrando a capacidade do time de gerenciar resultados importantes.

Mais recentemente, o empate em 0 a 0 contra o Juventude pela Série B de 2023 foi um ponto crucial na campanha que culminaria no título rubro-negro. Naquela ocasião, o resultado manteve o Vitória isolado na liderança, reforçando a solidez da equipe rumo à conquista.

Em um dos duelos mais recentes, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2024, o Vitória superou o Juventude por 1 a 0, com um gol decisivo de Gustavo Mosquito no primeiro tempo. Esse triunfo foi fundamental para injetar confiança na equipe, que então buscava se afastar da zona de rebaixamento. A formação do Leão naquele jogo contava com: Muriel; Raúl Cáceres, Neris, Wagner Leonardo e Lucas Esteves; Luan (Ryller), Machado (Willian Oliveira) e Matheuzinho; Gustavo Mosquito (Zé Hugo), Carlos Eduardo (Everaldo) e Janderson (Lawan).

É notável que essa série de confrontos no Barradão contra o Juventude foi palco para alguns dos maiores nomes da história recente do Rubro-Negro deixarem suas marcas. Atletas como Aristizábal, Zé Roberto (ambos com dois gols), Leandro Domingues , Neto Baiano e Léo Ceará tiveram a honra de balançar as redes adversárias, eternizando seus nomes neste recorte histórico.

A Urgência da Reação e o Peso da História

Retornando à realidade atual, o excelente retrospecto no Barradão precisa transcender a mera estatística e se converter em um catalisador de desempenho. O Vitória , atualmente na 16ª posição da Série A com 18 pontos, observa o Juventude logo atrás, na 19ª colocação com 14 pontos e dois jogos a menos. A urgência por uma reação é patente, e a história favorável em casa deve servir não apenas como inspiração, mas como um imperativo para a conquista dos pontos necessários à permanência na elite.