Por que David não vem para o Vitória? Entenda o impasse com o Vasco

O que parecia um reforço certo para o ataque do Vitória transformou-se em um impasse intransponível nos bastidores. A diretoria do Leão, sob a gestão de Fábio Mota, decidiu recuar nas tratativas para repatriar o atacante David, atualmente no Vasco. O motivo central da desistência não reside na vontade dos clubes, mas sim nas condições impostas pelos representantes do atleta, que tornaram a operação financeiramente arriscada para os cofres rubro-negros.

Embora o Vitória tenha buscado inicialmente um acordo de empréstimo para garantir maior segurança orçamentária, o staff de David apresentou contrapropostas rígidas. A principal divergência envolve uma cláusula de compra obrigatória. Os agentes exigiram que o clube baiano fosse forçado a adquirir o jogador em definitivo caso ele entrasse em campo em apenas sete partidas. Para a cúpula do Barradão, aceitar tal termo seria assumir uma dívida futura sem as devidas garantias de desempenho técnico.

Além da obrigatoriedade de compra precoce, o tempo de contrato solicitado também foi um ponto de discórdia. O staff do atacante manifestou o desejo de um vínculo de três temporadas, algo que o Vitória prontamente recusou. Diante das exigências consideradas desproporcionais para a realidade atual, o presidente Fábio Mota confirmou publicamente que a instituição já monitora outras opções no mercado de transferências para suprir a lacuna no setor ofensivo.

Obstáculos financeiros e o histórico clínico do atleta

A postura cautelosa do Vitória encontra justificativa no retrospecto recente do jogador. David enfrentou um ano de 2025 bastante acidentado no Rio de Janeiro, marcado por uma séria lesão no ligamento cruzado que o afastou dos gramados por um longo período. Assumir um compromisso de compra automática após apenas sete jogos por um atleta que vem de recuperação cirúrgica foi interpretado como uma gestão temerária pela diretoria baiana.

Os números de David na última temporada pelo Vasco refletem a dificuldade em manter a regularidade, como demonstrado na tabela abaixo:

Apesar do histórico vitorioso de David no Barradão entre 2016 e 2018, onde foi revelado e demonstrou grande potencial, o cenário atual exige responsabilidade fiscal. O clube entende que o investimento precisa ser proporcional à entrega imediata esperada, especialmente em um ano onde a competitividade da Série A não permite erros de planejamento financeiro ou apostas de alto risco em contratos longos.

Mudança de postura do Vasco e o fim das tratativas

Curiosamente, o Vasco da Gama, que inicialmente se mostrava irredutível e exigia apenas a venda direta, havia flexibilizado sua posição. Segundo informações de bastidores, o clube carioca chegou a sinalizar positivamente para a abertura de uma negociação nos moldes pretendidos pelo Vitória . Entretanto, a interferência direta do estafe do jogador, ao elevar as exigências contratuais, acabou por minar o avanço das conversas.

Com o encerramento das negociações por David, o Vitória agora redireciona seus esforços. A prioridade de Fábio Mota e do departamento de futebol é encontrar um nome que se encaixe no perfil técnico desejado pela comissão técnica, mas que apresente condições de negócio mais equilibradas. O mercado segue sendo explorado, mas a ordem no Barradão é clara: não haverá loucuras financeiras por atletas com histórico recente de lesões graves e exigências contratuais leoninas.